Post do carnaval

Eu amo o carnaval. Desde muito pequena sempre esperei ansiosa por essa data. Mas nos últimos dias senti na pele o que passam as pessoas que não suportam a tal festa. São ônibus cheios que demoram a passar, pessoas loucas gritando dentro dele (mesmo qdo tem um bebezinho dormindo), bêbados que não param de falar (besteira) nem por um segundo, trânsito parado porque tem bloco passando e parece que não acaba de passar gente na frente do ônibus, tudo fechado (inclusive, o moço que entrega água aqui em casa tb adora o carnaval, porque ele fechou e eu Mário suamos pra encontrar água por aqui, quase morríamos de sede - tem que ter um draminha.. hihih) e o barulho de samba que não pára nunca!!!

Mas vamos começar do começo. Primeiro íamos passar carnaval em Olinda, depois na fazenda do cunhado de Mário, depois numa cachoeira no Rio de Janeiro, numa praia no Espirito Santo e por último: Acabamos ficando em casa mesmo.

O fato é que na segunda feira de carnaval resolvemos (E também tinha acabado os DVDs da 5ª temporada de Smallville) ir passar o dia em Guarapari, uma praia que fica a 40 minutos de Vitória-ES. Andamos pela cidade; rimos pra caramba; assistimos Apocalypto, o filme novo de Mel Gibson e muuuito bom por sinal. O bom humor estava uma beleza e tava na hora de voltar pra casa. Esperar mais de meia hora pelo ônibus pra Vix não abalou em nada o humor e o ônibus chegou.. "que maravilha, vamos em pé" e tem uns 3 bêbados na parte de trás do bus.

Até aí tudo bem, mas e se a gente olhar direitinho? (ok ok.. a gente não, porque eu sou a leseira em forma de gente, então vamos reformular a frase) Mas e se Mário olhar direitinho? Aí não são 3 caras, são 6; eles não estão bêbados, estão drogados; e eles não estão voltando pra casa depois de um dia de folia, eles íam assaltar o ônibus. O que aconteceu é que quando Mário notou que eram 6 caras começou a ficar mais ligado neles e escutou o que eles diziam. Um deles estava muito drogada e ficava falando besteira, sendo repreendido pelos "companheiros". Mas a gente até tem que agradecer o drogado falante, porque foi ele quem falou local de assalto (o trecho mais sem movimento da estrada e cheio de mata perto), ficava falando que tava ansioso pra chegar logo e beijar creuza na boca e um papo lá de morrer no ônibus que nem deu pra entender.

Descemos do ônibus no meio do nada, voltamos pra rodoviária e a mãe de Mário ligou pra polícia rodoviária e espero que eles tenham conseguido fazer alguma coisa.

Amo o Brasil. Algumas vezes me perguntei mesmo se eu aguento ir embora daqui. Mas a verdade é que essas coisas me fazem lembrar do porquê eu estou indo morar no Canadá. Aqui eu tenho minha família, meus amigos, os lugares, as pessoas e toda a minha vida. Mas eu não pretendo viver com medo de sair com meu celular novo porque podem levar, ter que guardar o relógio porque chama atenção, não sair depois das 23 porque é perigoso. Eu quero ter qualidade de vida e, pra mim e pra Mário, qualidade de vida não tem nada a ver com estar cheio de grana e ter o carro do ano se você não tiver segurança pra sair na rua tranquilo e calmo com seu carrinho novo. E nem segurança pra ficar na sua casa de muro de 5 metros de altura.

Amo o Brasil, mas, infelizmente, o que eu procuro não vou encontrar aqui.


E só pra terminar.. conseguimos chegar em casa as 23:30, tão cansados que parece que a gente tava pulando desde o carnaval de 2006.